O ucho.info não aderiu ao sensacionalismo barato que
ora recai sobre o trágico e violento episódio que marcou a noite de
quinta-feira (13) na maior cidade brasileira, São Paulo. Apenas
manteremos o direito de exercer o raciocínio lógico e coerente, como
sempre fazemos e que pauta o nosso jornalismo, sem poupar os que
cometeram erros ou defender ideologias de ocasião.
A esquerda brasileira é competente quando age nos bastidores para
organizar seu marketing de guerrilha. E isso todos devem reconhecer sem
qualquer lampejo de dúvida. O objetivo já foi alcançado e a ordem a
partir de agora é repercutir o resultado da operação. A Polícia Militar
cumpriu sua obrigação ao manter a ordem e proteger o patrimônio público,
apesar de muitas depredações, e por isso pagará uma fatura que foi
escrita com antecedência por delinquentes políticos de aluguel.
Em qualquer país minimamente sério a preservação do patrimônio e a
manutenção da ordem seria motivo de aplausos por parte da população, mas
nessa republiqueta comunista chamada Brasil, que desconhece o mais
ínfimo significado de democracia, a PM será levada ao patíbulo da culpa,
enquanto os criminosos serão incensados pela população incauta que já
os rotula como pessoas de bem.
Não se trata de defender a violência e a truculência, mas, sim, de
manutenção da ordem e respeito ao conjunto legal vigente. Uma sociedade
organizada vive debaixo de regras e leis, não podendo, portanto, aceitar
de forma passiva a instalação da anarquia pura e simplesmente.
Sempre ávida por uma manchete, a imprensa nacional, assim como a de
qualquer parte do planeta, repercutirá o tema à exaustão até que surja
um fato mais importante e novo. Até lá, a reação dos policiais diante da
baderna instalada pelos pseudo-manifestantes será o cardápio midiático
dos próximos dias.
Excessos ocorreram de ambos os lados, por isso uma análise parcial do
caso é perigosa. Aquele que transgrediu, manifestante ou policial, deve
ser submetido à dureza da lei. O que não se pode aceitar é que um grupo
que usa a tarifa de transporte público como escudo ideológico deprede a
cidade e viole o direito de ir e vir de qualquer cidadão.
Não se pode olhar o fato isoladamente apenas porque o assunto rende
dividendos na imprensa. O problema é muito maior e mais complexo e
merece a atenção de todos que estiverem dispostos a compreender a
situação com visão macro.
As tarifas de transporte foram majoradas em São Paulo, assim como em
muitas cidades brasileiras, porque a inflação voltou por incompetência
inequívoca do governo federal. Como as empresas de ônibus não abrem as
portas para funcionar como casa de caridade, alguém precisa pagar a
conta do transporte público. No caso dos ônibus urbanos, a prefeitura
paulistana já arca com caro subsídio, pois do contrário a passagem
custaria muito mais. Qualquer governante está sujeito à Lei de
Responsabilidade Fiscal, o que significa que é ilegal, além de ilógico,
gastar além do que se arrecada. Os municípios brasileiros vivem debaixo
de orçamento aprovado pelo Legislativo (assim acontece nas outras
instâncias do Executivo). Aumentar o valor do subsídio significa tirar
verbas de outras áreas onde a municipalidade precisa investir. Ou seja,
de alguma forma a conta fica para o cidadão.
Quando o então presidente Lula ocupou a rede de rádio e televisão, no
final de 2008, para pedir aos brasileiros que mantivessem o consumo em
níveis elevados, como forma de minimizar os efeitos da crise
internacional, alertamos para a necessidade de se pensar o País de forma
planejada, principalmente diante da iminência de tempos difíceis. À
época, afirmamos que em vez de derramar milhares de carros novos nas
grandes cidades, o correto seria, antes de qualquer ação estapafúrdia,
investir na mobilidade urbana. Nada disso foi feito e o trânsito na
cidade de São Paulo, por exemplo, tornou-se ainda mais caótico, a ponto
de o motorista ficar feliz quando o índice de congestionamento nos
momentos de pico chega a 140 km.
Como se sabe, ônibus é movido a combustível, que custa dinheiro.
Quanto maior é o congestionamento, maior é consumo de combustível. Isso
significa que a conta, de uma forma ou outra, acabará no bolso do
usuário. O que não se pode é exigir que as empresas trabalhem de graça.
Da mesma forma não se deve sequer pensar na possibilidade de o
transporte público ser franqueado, como exigem os baderneiros, pois os
cofres municipais seriam sangrados anualmente em pelo menos R$ 6
bilhões. Como dinheiro ainda não nasce em árvore, algum setor da cidade
ficaria capenga.
O aumento das tarifas de transporte foi adiado por seis meses a
pedido da presidente Dilma Rousseff, preocupada com um descontrole ainda
maior da inflação. Não por acaso, a presidente adotou nos últimos dias,
após a deflagração da baderna, o discurso da inflação sob controle,
pois sabia que a verdade surgiria na cena da bandalheira que tomou conta
da capital paulista.
Tivessem as tarifas sido majoradas no começo do ano, quando a crise
econômica era menor, possivelmente essas badernas não ocorreriam. No afã
de colaborar para que a inflação não saísse do controle, o governador
Geraldo Alckmin e o prefeito Fernando Haddad decidiram atender ao pedido
da presidente. Sem considerar Haddad, que é um estafeta de plantão,
Alckmin foi republicano, mas não se lembrou do jogo sujo que emoldura a
trajetória do PT.
Como temos afirmado, R$ 0,20 é uma quantia irrisória para justificar
uma baderna organizada por descontrolados jovens da classe média que
embarcam na arruaça porque nesta fase da vida tal comportamento é
rotulado como “politicamente correto”. Há quem diga que os protestos não
são contra os vinte centavos, mas, sim, por um direito muito maior. Em
questões de direitos, todos têm e devem ser respeitados por isso. Se o
caso é protestar porque a economia está cambaleante, o endereço da
baderna deve ser outro. Possivelmente a rampa do Palácio do Planalto é o
local mais adequado.
Nas últimas horas surgiu a alegação de que o povo não mais suporta o
status quo. Tese interessante, porém tardia, mas que não prevaleceu por
ocasião do Mensalão do PT e do Rosegate. Quando muito os indignados com
esses dois escândalos de corrupção conseguiram reunir quinhentas pessoas
na mesma Avenida Paulista, palco das badernas que têm o transporte
público como pano de fundo.
É bom lembrar que R$ 0,20 é muito pouco em uma cidade como São Paulo,
onde nem mesmo o mendigo aceito tal valor como esmola. De mais a mais,
os trabalhadores têm vale-transporte, os estudantes pagam meia passagem e
os aposentados usam o sistema de transporte gratuitamente. Pois bem,
alguém pode explicar quem está protestando? Apenas como balizamento, o
salário mínimo deveria valer R$ 2,6 mil ou mais, porém a esquerda, que
antes defendia o impossível, hoje acredita que R$ 678 é um descomunal
favor de um governo que distribui renda. Até agora não se viu um
indignado sequer protestando contra essa fortuna (sic) que é o salário
mínimo na era do PT
Lula chegou ao poder como o salvador da humanidade, endossou vários
escândalos de corrupção e promoveu uma vasta lambança na economia, mas
até então não foi incomodado por esses revoltosos indignados. Tudo muito
bem, pois na ditadura socialista do PT coincidências existem.
Fato é que, sem qualquer nesga de necessidade, o governo petista
devassou os cofres públicos para torrar R$ 20 bilhões na construção de
estádios de futebol, alguns dos quais erguidos desde o primeiro tijolo
na condição de “elefantes brancos”. Melhor seria investir essa fortuna
em mobilidade urbana, educação, saúde, segurança… Mas não, o negócio é
promover baderna, pois é preciso muita fumaça para que o Palácio dos
Bandeirantes seja tomado de assalto por criminosos que se escondem sob a
sigla de uma legenda. Com a informação do site Ucho.Info, do (ARTIGOS E COLUNA)
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